Uma dúvida que eu tinha há anos: por que os carros
japoneses, mesmo os
que não são exportados, têm os
emblemas em letras do alfabeto latino?
Por que eles não têm
seus nomes caracteres japoneses cromados? Na noite
passada, eu finalmente descobri.
Sempre foi assim com os carros
japoneses, desde o começo.
Pode procurar carros japoneses da década de
30, de 60, de 80,
quando for, e você verá que, em todos eles, os
emblemas cromados
sempre usam letras ocidentais. Sempre.
Nos
catálogos, anúncios e materiais promocionais, você até encontra
Kanji,
Katakana ou os caracteres chineses adaptados que o Japão usa,
mas nunca
no carro em si. Nunca fez sentido para mim, portanto gostei
muito de
estar em um evento da Nissan, onde o guru do
design da marca,
Shiro
Nakamura, perambulava tranquilamente desacompanhado,
e eu pude abordá-lo
e ver o que ele achava.
Shiro Nakamura entendeu na hora aonde eu
queria chegar.
Ele confirmou que os carros japoneses jamais — e ele
foi
categórico no “jamais” — terão emblemas com seus
nomes em japonês, só
em letras ocidentais. Ele explicou que,
entre os idiomas, o japonês é um
dos mais receptivos com palavras
emprestadas de outras culturas e
línguas.
Claro, outras línguas fazem isto também. Mas a gente,
por exemplo, costuma aportuguesar as palavras para
torná-las mais
compatíveis com nossa língua. Os japoneses
fazem bem menos adaptações
forçadas, e muitas vezes até
mantém os caracteres originais de algumas
palavras.
Isto se deve, Nakamura me explicou, à localização do
Japão.
O país fica no extremo oriente do mundo. Uma pequena ilha em
forma de parênteses no litoral da Ásia. O resultado é que o Japão
gosta
muito, muito mesmo, dos conceitos e ideias emprestados de
culturas
estrangeiras, porque lá a noção geral é que eles estão
bem no fim do
mundo. Eles respeitam ideias estrangeiras ao ponto
de quererem que as
palavras usadas em sua linguagem mantenham
a personalidade de onde os
conceitos originais vieram.
O primeiros carros do Japão vieram de
países anglófonos, e certamente
estes países usavam o alfabeto latino.
Como resultado, nosso alfabeto
agora é fortemente associado aos carros
na cultura japonesa, e a ideia
de usar outra coisa que não o alfabeto
latino para escrever o nome de
um carro é simplesmente absurdo para o
povo japonês.
Este fenômeno acontece só no Japão
Carros chineses, por exemplo, sempre
têm emblemas
em chinês, como aquele
Chery ali em cima.
E
é por isso que um Juke
ou Fairlady Z japoneses sempre
serão um “JUKE”
ou um “FAIRLADY”,
mesmo que eles nunca saiam do Japão.
É porque os
japoneses respeitam a origem
das coisas, e honram estas origens com a
língua delas.POR - JASON TORCHINSKY
21 AGO, 2013 - 15:34
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